domingo, 26 de dezembro de 2010

... 30 horas...


Sim, saí de lá com uma imensa vontade de chegar, finalmente, em casa...Não era qualquer casa, era meu quarto, o meu quarto rosa...


Entrei em um transporte cheio de gente... cada rosto ia se modificandoa medida que eu ia passando..


Sentei na minha cadeira e comecei a rezar...eram 30 horas de longa viagem... muita história ia acontecer...


Não tenho bola de cristal, mas não precisava mesmo ter uma... para adivinhar que em 30 horas, muita história eu ia ter...


Abri o livro que minha amiga me deu... Amanhecer.... tem mais ou menos 500 páginas... sobre uma mulher, vampiros e lobisomens...


Entre as páginas do romance, eu me perdi em meus pensamentos...


Sonhei que estava num lugar grande e verde... Muito amplo. Eu lembro. Eu estava caminhando... tava seguindo em frente... mas, havia um homem na minha direção... seu rosto não era estranho, mas não consegui lembrar de onde eu o conhecia... mas, era um estranho conhecido ou era um conhecido estranho? Não lembro o detalhe do seu rosto, nem as cores da sua roupa, mas aquele sorriso.... ahh, aquele sorriso, jamais esqueceria... E eu tive a nítida sensação que era pra mim... que vinha pra mim... notei que ele abriu os abraços. arrastando meu corpo ao dele, para que pudesse aninhar em seus braços... e tão bom que eu não queria mais sair... cof, cof, cof


Nãooooooooooooooooooooooooooo...eu acordei... esqueci de mencionar... eu estava doente da garganta... não era gripe, é apenas um arranhão da alergia... ah, droga, acabou com meu sonho!!!!!!!


Voltei ao livro ...No meio da história tinha uma criança... uma criança...


Olhei pra o lado e não vi ninguém... eu estava sozinha em duas poltronas... e lá de longeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee , ouvi um choro fininho... era de um recém - nascido ... apenas 24 dias de nascido... que loucura viajar com um recém - nascido... fiquei observando aquela doce criaturinha chamando a atenção de todos ao redor com seu chorinho fraquinho, de quem apenas queria um cantinho acolhedor...... não aguentei de curiosidade e perguntei:


- Ele não mama?


- Não. Disse o pai. Ela é tia dele. Minha irmã. A mãe dele faleceu no parto.


Nossa... Parei tudo que tava fazendo... e tava lendo... para ouvir a história de um pequenininho que tinha sobrevivido... Esqueci de tudo a minha volta... das dores... todas...e até do livro.


Depois que soube que a a tia do bebezinho tinha aprendido cuidar de bebê no hospital, da falta que a mãe dele estava fazendo... Chorei baixinho, olhando pela janela, absorvendo o que eu tinha acabado de saber. Mas, era um choro de agradecimento. Não lembro extamente o que tinha agradecido, mas eu lembro muito bem que quando eu olhei pela janela, vi uma parte de terra com muito verde, um ceu bem azulzinho e as nuvens bem branquinhas , que até brinquei de ver bichinhos...


Estava tão área em meus pensamentos que só depois percebi que havia um homem que olhava pra mim... Tremi... Que cara de mau... Para desviar a atenção dele, conversei com todo mundo que estava a minha volta... E rezei... Assim, quando o transporte parava, apesar de viajar sozinha, eu ficava ao redor de muita gente... E observei até ele ir embora do transporte... e foi...


Paramos em um lugar onde subiu um menininho no auge de seus 7 anos pra vender cocada. Fizemos um fuzuê. Compramos um monte de cocadas, e o menininho ficou muito feliz! Nós rimos bastante com a cocada...


Voltei para o livro. Quando eu o terminei, adormeci.E o reencontrei. Ele estava no mesmo lugar. Olhei de novo e seu sorriso foi um convite para que eu fosse na sua direção. Fui. Eu me aninhei como se eu sentisse que aquele momento ia chegar ao fim...


- Moça, moça, acorde!


- Senhor, o que tens para me falar é muito importante mesmo, não é?


Muito simpático, o senhor me respondeu:


- Sim, chegou no seu destino.


É. Tinha chegado mesmo. Despedi-me dos meus novos amigos e pedi silenciosamente a Deus para cuidar daquele bebezinho que estava ali, mas que não esquecesse dos outros...


Saí do transporte diferente. Era o dia de Natal. E para mim, o meu Natal já havia começado... Desde a hora que tinha entrado naquele transporte...


Beijinhos, querido diário... Um beijo e Feliz Natal!!!! Até a próxima...

Um comentário:

Évelyn Smith disse...

Olá Glauce!

Ah, não importa o quanto vamos demorar para encontrar as pessoas que amamos, né... Devem ter sido as melhores 30 horas da sua Vida! Rsrs...

Tudo de bom para você!

Beijo,
Évelyn